Monday, November 06, 2006

Sitoakore (materias jornalisticas)

A luta pela preservação da cultura indígena
O resgate das tradições e da cultura indígena do Acre está sob a responsabilidade da Organização das Mulheres Indígenas. A vice-presidente da entidade é Edna Shanenawa, 29, que nasceu Phkãshaya, mas teve seu nome modificado porque o cartório não fez o registro.
Phkãshaya significa “árvore bonita”. E é pelo direito de também poder registrar seus filhos com os nomes tradicionais da aldeia que as mulheres lutam. "Algumas etnias perderam sua tradição e seu próprio idioma. Temos que lutar contra isso", defende.
Edna saiu da sua aldeia em Feijó há um ano e oito meses
Edna relembra que os brancos foram os responsáveis pela perda da tradição, quando impuseram leis que quase sempre contavam com a influência de padres.
"Hoje a gente põe o nosso nome nos filhos porque exigimos nossos direitos, apesar de os cartórios não quererem registrar".
Os filhos de Edna têm nomes inspirados na natureza. Fare é sol, Yâka é igarapé, Maya é terra boa e Wahê é pupunha.
Mas a luta de organização não se resume à defesa do idioma e do direito de pôr nomes nos filhos. As mulheres também querem incentivar o trabalho no artesanato, na medicina tradicional e na revitalização da cultura materna.
Esse trabalho conta com o apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas, que trabalha paras fortalecer as 14 etnias existentes no Acre.
"Já fomos bem poucos, mas hoje, o meu povo conta com 500 famílias. Temos certeza de que o fortalecimento da nossa cultura é o fortalecimento da cultura acreana."
Rio Branco-AC, 27 de novembro de 2005 - Entrevista Edina Shanenawa(Foto) - Vice Coordenadora da Sitoakore

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